Mairi Gospel

quarta-feira, 2 de março de 2011

O que Jesus nunca falou, mas está escrito

“Acima de tudo, lembrai-vos de que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Pois a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens santos da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo”. (1 Pedro 1:20-21)
         Nenhum cristão duvida de que a Bíblia Sagrada contém os ensinamentos de DEUS suficientes para as pessoas alcançarem a salvação de suas almas. Inquestionável também é o conjunto de livros que compõem o Cânon Sagrado; e que todos, sem nenhuma exceção, foram inspirados pelo Espírito Santo, como bem afirmou Pedro nos versículos acima. As Sagradas Escrituras são, portanto, a Voz de DEUS para a humanidade. Porém, o que não podemos deixar de acreditar é que trechos e palavras, hoje presentes na Bíblia Sagrada, foram profundamente alteradas em relação ao que verdadeiramente foi dito por JESUS e seus seguidores. Ou seja, parte do que lemos atualmente, como sendo de autoria sagrada, foi modificada por homens ao longo do tempo.
         Uma coisa é dizer que os originais foram inspirados por DEUS. Outra coisa é perceber que não dispomos desses originais. Então, dizer que eles foram inspirados não serve de grande coisa, visto que, parte do que temos em mãos hoje, não é cópia legítima, fiel, aos originais. Nós não temos nem os originais, como não temos as primeiras cópias dos originais. Não temos nem as cópias das cópias dos originais, nem as cópias das cópias das cópias dos originais. O que temos, na verdade, são cópias produzidas muito tardiamente. E todas elas diferem umas das outras em diversas passagens.
         No mundo antigo, a única maneira de copiar um livro era fazê-lo à mão, letra a letra, uma palavra por vez. Era um processo minucioso, demorado, que exigia atenção total do copista responsável. Quem quer que lesse um livro na Antiguidade nunca estava cem por cento seguro de que estava lendo o que verdadeiramente o autor escreveu. Palavras podiam ser trocadas facilmente, tanto por acidente (escorregão da pena) ou por uma decisão consciente (alterar propositadamente em decorrência de alguns interesses maiores). Muito diferente do que somos acostumados hoje, com a tecnologia ao nosso dispor, que nos permite, em tempo recorde, ler um livro numa prateleira recém-saído do “forno” de uma editora. Portanto, com tão grande e ampla tecnologia, é quase impossível cometer algum erro como, por exemplo, na tradução de uma língua para outra. Mas não foi o que aconteceu com a Bíblia Sagrada. Ela sofreu alterações, sim. Parte do que está publicado tanto foi modificado por copistas e tradutores ao longo do desenvolvimento da igreja cristã, como, mais recentemente, adaptada para várias versões e linguagens por pessoas que tiveram a intenção de facilitar o entendimento por parte de leitores de diferentes níveis de escolaridade e social. Há mudanças do contexto original que não afetam a essência do que foi dito. Vou citar um exemplo. Nos dois primeiros versículos, do capítulo 2, do evangelho escrito por João, há a referência à Maria como sendo “a mãe de JESUS”. Na verdade, a expressão “mãe de Jesus”, nesse texto, foi acrescentada pela Vulgata Romana, com o objetivo de diferenciar Maria, que gerou JESUS pelo Poder do Espírito Santo, das inúmeras outras existentes na época. Maria era um nome extremamente comum e algum leitor desatento poderia confundi-la com outra. O acréscimo aí ocorreu com a finalidade de não causar confusão de identificação ao leitor, para que ele soubesse verdadeiramente de qual Maria o autor estava se referindo.

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