Mairi Gospel

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Seleção natural, acaso e exemplos simplistas

O telhado da casa de um jovem estava pegando fogo, mas, dentro do imóvel, ele não se dava conta do que estava acontecendo. Até que um amigo viu a fumaça, correu até lá e, à medida que se aproximava, gesticulava freneticamente para o rapaz que o viu pela janela. Avisado do perigo, ele saiu da casa e chamou os bombeiros. A lição é clara: às vezes (quase sempre) alguém que está fora da “casa” tem uma perspectiva mais ampla e consegue ver coisas que aquele que está dentro não vê. Nesta semana, recebi de um amigo ateu um artigo publicado por Rubens Pazza, que é biólogo, mestre em Biologia Celular e doutor em Genética e Evolução, e por isso merece todo o respeito. No texto, Pazza afirma que “definitivamente, evolução não ocorre ao acaso”, e pergunta: “Mas, afinal, o que torna a evolução biológica não aleatória?” Sei não... Acho que Pazza está há tanto tempo dentro do edifício darwinista que não consegue ver a fumaça – e meu amigo ateu parece não ver meus acenos do lado de fora da janela.

Pazza diz mais: “Sem mesmo cunhar o termo ‘Evolução’, Darwin nos explica que as espécies sofrem mudanças ao longo das gerações, e que um processo chamado de ‘seleção natural’ atua escolhendo os indivíduos que transmitirão suas características aos descendentes. Em outras palavras, a seleção natural determina quem viverá o tempo suficiente para se reproduzir, através do instinto básico de perpetuação da espécie.”

Para o biólogo, se há seleção, não pode haver aleatoriedade. “Não existe seleção ‘ao acaso’”, afirma. Para ele, acaso são os números sorteados num concurso como a loteria. E a seleção? Ele dá outro exemplo: “Determinado produtor planta feijão e retira de sua produção as sementes que utilizará na lavoura no próximo ano. Para isso, escolhe para o próximo plantio sempre as maiores sementes. As sementes menores são enviadas à Cooperativa. Não se pode dizer que as sementes que ele utilizará na próxima safra foram escolhidas ao acaso.”

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