Mairi Gospel

sábado, 6 de agosto de 2011

Hackers invadem site e e-mail de autor do Dia Hétero

Autor do projeto que criou o Dia do Orgulho Heterossexual em São Paulo, o vereador evangélico Carlos Apolinário (DEM) viu a polêmica ganhar repercussão internacional após um grupo de hackers invadir ontem seu e-mail e sua página pessoal na internet.
Os invasores trocaram a imagem do parlamentar na página carlosapolinario.com.br e colocaram mensagens com dados sobre mortes de homossexuais no Brasil. Mais de 3 mil pessoas que estavam na lista de correio eletrônico do vereador, a maior parte de pastores da Assembleia de Deus e integrantes do alto escalão da igreja, também receberam as mensagens.
“No Brasil, um homossexual é morto a cada 36 horas e esse tipo de crime aumentou em 113% nos últimos cinco anos. Em 2010, foram 260 mortos. Apenas nos três primeiros meses deste ano, foram 65 assassinatos”, dizia a mensagem, que ficou online das 10h49 às 16h48.
O ataque foi reivindicado na própria mensagem deixada no site do vereador pelo “Figli Tariki Shmotov”, da RedHack_Brasil. São ativistas ligados a um grupo que costuma invadir, desde 2009, sites de órgãos públicos na Rússia e em países do Leste Europeu.
Além de causar espanto momentâneo nos amigos evangélicos do vereador que estavam em sua lista de e-mail, a invasão elevou Apolinário a personalidade requisitada por veículos internacionais, como a revista Forbes e a agência de notícias Associated Press. Jornais americanos como The Washington Post também repercutiram o Dia do Orgulho Hétero, ainda citado no blog americano Huffington Post e no site do International Business Times.
“Em 30 anos de vida pública, nunca vi repercussão como essa”, diz Apolinário na tarde de ontem em seu gabinete, com visível satisfação. Deputado estadual por três mandatos – chegou a ser governador por dez dias -, deputado federal relator em 1997 da atual legislação eleitoral e vereador desde 2001, ele tinha sobre sua mesa vários recortes de jornais. E tentava explicar que não é a primeira vez que uma iniciativa sua ganha notoriedade. “Cortei as regalias da Assembleia e peitei o ACM (Antonio Carlos Magalhães) no Congresso. Olha o que o seu jornal (O Estado de S. Paulo) já me deu de página inteira. É que falar alguma coisa dos gays é sempre mais polêmico. Porque eles não aceitam que se fale nada”, dizia o parlamentar, que também foi procurado ontem pelas principais revistas semanais do País.

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